Sistema Imunológico: o que é e como funciona [Guia Completo]

Sistema imunológico, o que é. Esse termo tem sido muito pesquisado nesses últimos tempos. Na verdade, nunca se falou tanto em sistema imunológico e você, com certeza, já aprendeu muito sobre o assunto.

No entanto, não é muito comum encontrar artigos que expliquem detalhadamente tudo sobre o sistema imunológico.

Por isso, nesse artigo, nós vamos explicar, de maneira simples e completa, o que é sistema imunológico, como ele é composto, quais as suas funções e como ele funciona.

Além de explicar tudo sobre o sistema imunológico, nós também vamos explicar o que são vacinas e como elas ajudam o sistema imunológico a garantir a imunidade.

Então, boa leitura!

Entendendo as definições

Muitas pessoas ignoram as definições de termos como germes, micróbios, patógenos e antígenos. Esses termos são muito comuns em artigos sobre sistema imunológico.

Entender o significado desses termos é importante para uma melhor compreensão sobre o assunto. Por isso, vamos começar entendendo o que eles significam.

Qual a diferença entre germes, micróbios, bactérias e vírus?

Germe é um termo utilizado para se referir a diversos micro-organismos causadores de doenças, como bactérias, vírus, fungos e protozoários.

Micróbios (ou micro-organismos) são organismos que só podem ser vistos ao microscópio. Incluem os vírus, as bactérias, os protozoários, as algas unicelulares, fungos e os ácaros.

Portanto, bactérias, vírus, fungos, protozoários e ácaros são micro-organismos (conhecidos como germes ou micróbios) causadores de doenças, que só podem ser vistos ao microscópio.

Em artigos sobre o assunto, você encontra o termo “patógeno”.

Patógenos são micro-organismos que podem causar doença em um hospedeiro.

Portanto, patógenos são micro-organismos (germes ou micróbios tais como bactérias, vírus, fungos e protozoários) que podem causar doenças em um hospedeiro.

Outro termo muito comum em artigos sobre sistema imunológico é “antígenos”.

Antígenos são substâncias (geralmente proteínas) presentes na superfície das células, vírus, fungos ou bactérias.

Substâncias não vivas, como toxinas, produtos químicos, drogas e partículas estranhas (como uma farpa), ou até células com defeito ou morta do próprio organismo humano podem ser antígenos.

Os antígenos são geralmente encontrados na superfície dos patógenos (vírus, bactérias etc.) e são exclusivos desse patógeno em particular.

Quem fala em antígeno, fala também em anticorpos. O sistema imunológico responde aos antígenos produzindo células que atacam diretamente o patógeno ou produzindo proteínas especiais chamadas anticorpos.

Anticorpos são proteínas especiais que se fixam em antígenos específicos marcando-os para destruição.

Patógenos, Antígenos e Anticorpos

Patógenos, antígenos e anticorpos

 

Como os patógenos penetram no corpo

Os patógenos podem infectar o corpo humano e outros hospedeiros por meio de várias vias, denominadas portas de entrada. As portas de entrada para os patógenos são as membranas mucosas, a pele e a deposição direta sob a pele ou as membranas (via parenteral).

Membranas Mucosas

Muitas bactérias e vírus têm acesso ao corpo penetrando nas membranas mucosas que revestem os tratos respiratório, gastrointestinal, geniturinário e a conjuntiva ocular.

  • O trato respiratório é a porta de entrada mais fácil e mais frequentemente utilizada pelos micro-organismos infecciosos. Os microrganismos são inalados pelo nariz ou pela boca em gotículas de umidade e partículas de pó. As doenças que são contraídas comumente através do trato respiratório incluem o resfriado comum, a pneumonia, a tuberculose, a gripe, o sarampo e varicela.
  • O trato gastrointestinal é outra porta de entrada muito utilizada pelos micro-organismos. Normalmente, o acesso é através do alimento, da água ou das mãos contaminadas. Os micro-organismos no trato gastrointestinal podem causar poliomielite, hepatite A, giardíase, cólera e gastrenterites.
  • O trato geniturinário é uma porta de entrada para patógenos que são sexualmente transmitidos. Alguns microrganismos que causam infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) podem penetrar na membrana mucosa íntegra. Outros requerem um corte ou abrasão de algum tipo. Exemplos de ISTs são a infecção pelo HIV, verrugas genitais, herpes, sífilis e gonorreia.

Pele

A pele íntegra é impenetrável para a maioria dos microrganismos. Alguns têm acesso ao corpo através de aberturas na pele, como folículos pilosos ou ductos de glândulas sudoríparas. Alguns micro-organismos como larvas de nematóides são capazes de perfurar a pele intacta, e alguns fungos proliferam sobre a queratina da pele ou infectam a própria pele.

Via Parenteral

Alguns microrganismos têm acesso ao corpo quando são depositados diretamente nos tecidos sob a pele ou nas membranas mucosas, quando estas barreiras são penetradas ou lesadas. Essa rota é denominada via parenteral. Alguns exemplos incluem: punções, injeções, picadas, cortes, ferimentos, cirurgias e rompimentos devido a edemas ou ressecamento.

Portas de Entrada para os Patógenos

Patógenos,

Agora que você conhece as definições de termos importantes como patógenos, antígenos e anticorpos e sabe como os patógenos penetram no corpo, chegou o momento de falar sobre o sistema imunológico!

O sistema imunológico está espalhado por todo o corpo e é composto por muitos tipos de células, órgãos, proteínas e tecidos.

O objetivo do sistema imunológico é defender o corpo contra invasores estranhos ou perigosos.

Para defender o corpo contra invasores, é preciso que o sistema imunológico seja capaz de distinguir o que pertence ao organismo (o próprio corpo ou “eu”) e o que não pertence (“não-eu” ou “não-próprio”).

O sistema imunológico é capaz de fazer essa distinção, porque todas as células têm moléculas de identificação (antígenos) na sua superfície. Os micro-organismos são reconhecidos porque possuem na sua superfície moléculas específicas (antígenos) que os identificam como estranhos.

Essa vasta rede de células e tecidos que compõe o sistema imunológico está constantemente à procura de invasores. Se o sistema imunológico encontra um patógeno, por exemplo, uma bactéria, vírus ou parasita, ele desenvolve o que chamamos de resposta imunológica (também chamada de resposta imune).

Para você entender melhor o funcionamento do sistema imunológico, nós preparamos um pequeno resumo sobre as células do corpo humano, pois elas são a base do sistema de defesa do organismo e falaremos muito sobre elas durante o artigo.

As células do corpo humano

O corpo humano é formado por trilhões de células  que existem em formas e tamanhos diferentes; elas são a unidade básica dos organismos vivos.

As células compreendem tecidos, tecidos compreendem órgãos, órgãos formam sistemas orgânicos e os sistemas orgânicos trabalham juntos em um organismo. Os diferentes tipos de células executam funções específicas.

Tipos de células que compõem o corpo humano e suas funções

Embora existam várias centenas de tipos de células no corpo, eles podem ser agrupados em algumas categorias principais.

Células Nervosas

O cérebro e a medula espinhal são compostos de muitas células, incluindo neurônios e células gliais. Os neurônios são células que enviam e recebem sinais eletroquímicos de e para o cérebro e o sistema nervoso. Existem cerca de 100 bilhões de neurônios no cérebro. As células gliais fornecem funções de suporte para os neurônios e são muito mais numerosas do que os neurônios.

Células do Sangue

O sangue humano é constituído por diversos tipos de células, cada qual com sua função, as mais importantes são:

  • as hemácias chamadas de glóbulos vermelhos ou eritrócitos (transporte de oxigênio);
  • os leucócitos ou glóbulos brancos (atuam no sistema imunológico combatendo e eliminado micro-organismos invasores);
  • os trombócitos ou plaquetas (coagulação sanguínea).

Célula dos Ossos

Existem três tipos de células que são encontradas apenas no osso:

  • osteoclastos – Osteoclastos são células grandes, responsáveis pela reabsorção e remodelagem do tecido ósseo. São encontrados na superfície do mineral ósseo próximo ao osso em dissolução. Estão relacionados aos glóbulos brancos;
  • osteoblastos – São células que formam um novo osso. Eles são encontrados na superfície do novo osso. São responsáveis pela síntese de componentes orgânicos (colágeno e outras proteínas);
  • osteócitos – São células maduras derivadas dos osteoblastos. São encontradas dentro do osso.  São responsáveis por secretar substâncias necessárias à manutenção do osso.

Célula dos Músculos

Três tipos diferentes de células musculares constituem o corpo humano: esquelética, lisa e cardíaca.

  • As células do músculo esquelético constituem a maior parte dos músculos do corpo humano. Essas fibras musculares se ligam aos ossos, permitindo o movimento nas articulações.
  • As células musculares lisas são encontradas no revestimento de órgãos internos e vasos sanguíneos em humanos e são responsáveis ​​pela contração de órgãos, como a bexiga.
  • As células do músculo cardíaco constituem o coração e são responsáveis ​​pelo bombeamento do sangue por todo o corpo.

Células do Tecido Conjuntivo

Essas células fornecem força estrutural ao corpo e defendem contra invasores estranhos como bactérias. Dois tipos de células – fibroblastos e células de gordura – são nativos do tecido conjuntivo.

Células Epiteliais

As células epiteliais revestem o corpo externamente (pele) e internamente (interior de órgãos ocos como vasos sanguíneos, trato urinário e órgãos digestivos).

Células Sexuais

As células sexuais são os óvulos e os espermatozoides. Essas células sexuais também são chamadas de células reprodutivas ou gametas. 

Células do Corpo Humano

Células do corpo humano

 

Agora que você conhece as principais células do corpo humano, vejamos como é a estrutura de uma célula.

Estrutura da célula humana

As células são consideradas a menor parte dos organismos vivos com formas e funções distintas. A célula humana típica é formada pelas seguintes partes:

  • Membrana PlasmáticaÉ uma membrana fina e flexível, que envolve e protege a célula e que regula a passagem e a troca de substâncias.
  • Citoplasma No citoplasma encontra-se o conteúdo celular. Esse conteúdo é formado pelos organoides que são estruturas com funções específicas como é o caso do retículo endoplasmático (transporte de substâncias), dos ribossomos (síntese de proteínas), do Complexo de Golgi (secreção celular), dos lisossomos (digestão celular), das mitocôndrias (produção de energia) e outras.
  • Núcleo Celular – Envolvido pela membrana nuclear, o núcleo contém o material genético das células, representado pelo DNA, a partir do qual, direta ou indiretamente, acontecem todas as reações celulares.

Você sabia? Algumas células são formadas apenas por membrana plasmática e citoplasma. O material genético (DNA) dessas células fica concentrado na região chamada nucleoide. Os seres que possuem essas células, são chamados procariontes. Exemplo de seres procariontes são as bactérias e as arqueobactérias cianobactérias. Os seres que apresentam células constituídas por membrana, citoplasma e núcleo, são chamados eucariontes e compreendem a quase totalidade dos organismos.

Estrutura de uma Célula Humana

Estrutura de uma célula humana

 

Você sabia? As células em maior quantidade no corpo humano são as células epiteliais, aquelas que envolvem o corpo e os órgãos.

Até aqui, vimos noções básicas sobre as células do corpo humano. Essas noções são importantes, pois o sistema imunológico é formado de células.

Vejamos agora o que é e como funciona o sistema imunológico.

Sistema Imunológico

Como é composto o sistema imunológico

Basicamente, o sistema imunológico é composto de órgãos, tecidos, proteínas e células.

Sistema Imunológico

Os órgãos e tecidos que compõem o sistema imunológico incluem a medula óssea, o timo, os gânglios linfáticos. os vasos, o baço, as tonsilas, o apêndice, as placas de Peyer e a pele.  As células são produzidas na medula óssea e estão igualmente presentes nos tecidos.  Todos são extremamente importantes para o bom funcionamento do sistema imunológico e cada um tem uma função específica.

Falaremos, a seguir, sobre todos os elementos que compõem o sistema imunológico.

Medula Óssea

Parte interior de determinados ossos. Produtora de células. Todas as células do sistema imunológico são criadas na medula óssea a partir de um tipo de célula chamada célula-tronco. Essas células-tronco se desenvolvem em tipos específicos de células incluindo os glóbulos vermelhos, as plaquetas (fundamentais para a coagulação do sangue) e os glóbulos brancos (também chamados de leucócitos, são fundamentais para as respostas imunológicas).

Como os glóbulos brancos são muito importantes no funcionamento do sistema imunológico, vamos falar  sobre eles com mais detalhes. 

Existem vários tipos de glóbulos brancos (leucócitos):

Fagócitos – O processo de uma célula ingerir um micro-organismo, outra célula, ou fragmentos de células é denominado fagocitose e as células que ingerem são denominadas de fagócitos.

  • Neutrófilos – Os neutrófilos circulam na corrente sanguínea e são as primeiras células imunológicas na defesa contra infecções. Quando ocorre uma infecção, eles são <<avisados>> para deixarem a corrente sanguínea e penetrarem nos tecidos. Esse sinal é emitido pelas próprias bactérias ou por tecidos danificados que emitem substâncias que atraem os neutrófilos para o foco do problema. O processo de utilizar substâncias químicas para atrair as células para um local específico é denominado de quimiotaxia. Quando um neutrófilo encontra um patógeno, ele o envolve e o ingere. Os neutrófilos são o tipo mais numerosos de células imunológicas e sobrevivem apenas alguns dias. O maior objetivo dos neutrófilos é destruir patógenos.
  • Monócitos e MacrófagosOs monócitos se tornam macrófagos quando passam da corrente sanguínea para os tecidos. Os macrófagos são células de vida longa. Eles são encontrados em todos locais de tecido conjuntivo e, além disso, se concentram em vários órgãos como por exemplo o fígado, baço, e linfonodos, onde estão relacionados com a defesa do organismo. Dependendo do local onde são encontrados os macrófagos recebem nomes diferentes. Quando ocorre uma infecção, os monócitos se deslocam para os tecidos onde eles permanecem. No tecido, eles desenvolvem grânulos no seu interior, tornando-se macrófagos. Esses grânulos produzem enzimas e outras substâncias que ingerem bactérias, células estranhas, assim como células danificadas e mortas.  Os macrófagos produzem substâncias que atraem outros glóbulos brancos ao local de infecção. Eles também ajudam as células T a reconhecer os invasores e, desta forma, também participam da imunidade adquirida. O maior objetivo dos macrófagos é alertar o sistema imunológico para causar inflamação (vamos explicar esse processo mais adiante).
Eosinófilos – Os eosinófilos circulam na corrente sanguínea. Essas células contêm grânulos que liberam enzimas e outras substâncias tóxicas quando se deparam com células estranhas. Os eosinófilos podem ingerir bactérias (são menos ativos contra as bactérias do que os neutrófilos e os macrófagos), mas também visam as células estranhas que são demasiado grandes para serem ingeridas. Uma de suas principais funções consiste em aderir aos parasitas e ajudar a imobilizá-los e a destruí-los. Os eosinófilos podem ajudar a destruir as células cancerígenas. Eles também produzem substâncias envolvidas na inflamação e reações alérgicas.
Basófilos – Quando basófilos se deparam com alérgenos (antígenos que causam reações alérgicas), eles liberam histamina. A histamina aumenta o fluxo de sangue para os tecidos danificados, resultando em inchaço e inflamação. Os basófilos também produzem substâncias que atraem os neutrófilos e os eosinófilos ao foco do problema.
Células Natural Killer – NK (matadoras naturais) – Têm origem na medula óssea. Têm a função de reconhecer e matar as células cancerígenas e células infectadas por certos vírus. Ao contrário dos neutrófilos, macrófagos e células dendríticas (que empregam a fagocitose), as células NK se ligam a uma célula infectada e liberam produtos químicos nela para matá-la.

Linfócitos – Dois tipos de linfócitos são muito importantes: os linfócitos T e os linfócutos B.

  • Linfócitos T – Destroem as células comprometidas do corpo e ajudam a alertar outros leucócitos.
  • Linfócitos B – Produzem anticorpos a ajudam a alertar os linfócitos T.

**As células T viajam, pela corrente sanguínea, da medula óssea (onde são fabricadas) para o timo onde elas amadurecem. Por isso o nome de células T.

Além dos glóbulos brancos (leucócitos) que são células produzidas na medula óssea e que circulam no sangue, o sistema imunológico conta ainda com células imunológicas presentes nos tecidos.

  • Macrófagos – Os macrófagos presentes no tecido são a primeira linha de combate contra os patógenos que invadem o corpo. Eles lutam contra os invasores comendo-os até que o suporte dos glóbulos brancos chegue até o local da infeção.
  • Células dendríticas – Essas células também fagocitam patógenos. Porém, o maior objetivo dessas células é unir as respostas inatas e adaptativas (falaremos mais sobre essas células mais adiante).
  • Mastócitos – os mastócitos se originam na medula óssea e migram, através do sangue, para os tecidos periféricos onde completam o seu processo de amadurecimento. Os mastócitos estão presentes nos tecidos. Sua função é semelhante àquela dos basófilos no sangue. Quando eles encontram um alérgeno, eles liberam histamina e outras substâncias envolvidas em reações inflamatórias e alérgicas.

Timo 

A principal função do timo é promover o desenvolvimentos das células T.

Gânglios Linfáticos (ou linfonodos) 

São tecidos repletos de células imunológicas. Estão espalhados de forma estratégica por todo o corpo, mas predominam em áreas próximas às aberturas como o trato digestivo e região genital, porque é por onde os patógenos penetram no corpo com mais frequência.

Quando um patógeno entra no corpo e é detectado, os gânglios linfáticos mais próximos dessa região (chamados de gânglios linfáticos de drenagem) entram em intensa atividade celular aumentando o número de células imunológicas. Por isso, os gânglios, na presença de uma infecção, aumentam de tamanho e a região pode ficar sensível. Infecção na garganta (provocada pela gonorreia por exemplo) pode causar inchaço e dor nas amígdalas. Alguma infecção sexualmente transmissível, como o herpes por exemplo, pode causar feridas e inflamação na parte genital provocando o aparecimento de íngua na virilha.

Os linfonodos encontram-se ligados entre si por uma extensa rede de vasos linfáticos, que forma o sistema linfático.

Vasos

São fundamentais para o funcionamento dos gânglios linfáticos. Existem dois tipos de vasos: os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos.

  • Vasos sanguíneos – Transportam a linfa através da corrente sanguínea. A linfa (ou fluido linfático) é um líquido rico em células do sistema imunológico. Esse líquido passa do sangue para os tecidos do corpo. A linfa então coleta os patógenos e resíduos presentes no tecido e, em seguida, entra nos gânglios linfáticos de drenagem onde é filtrado. Se os patógenos forem detectados, os componentes do sistema imunológico serão ativados.
  • Vasos linfáticos – Uma vez que a linfa é filtrada, os vasos linfáticos transportam esse fluido e suas células imunológicas para o coração que vai novamente redistribui-la pelo corpo através da corrente sanguínea.

Baço

O baço é um órgão esponjoso e macio quase tão grande quanto o punho de uma pessoa que está localizado na parte superior esquerda do abdome, logo abaixo da caixa torácica.

O baço é composto por dois tipos básicos de tecido, cada um com funções diferentes: a polpa branca e a polpa vermelha.

A polpa branca – Atua no sistema imunológico combatendo infecções. A polpa branca produz linfócitos (glóbulos brancos) que por sua vez produzem anticorpos.

A polpa vermelha – Tem várias funções:

  • Atua no sistema imunológico. A polpa vermelha contém outros tipos de glóbulos brancos, denominados fagócitos, que ingerem microrganismos, como bactérias, fungos e vírus. O baço é particularmente importante para proteger as pessoas de infecções bacterianas.
  • Filtra o sangue – A sua característica esponjosa permite que o baço filtre o sangue, removendo materiais indesejáveis como micro-organismos e partículas estranhas.
  • Controla os glóbulos vermelhos – Conserva os glóbulos vermelhos saudáveis e destrói aqueles que são anormais, estão demasiado velhos ou danificados para funcionar apropriadamente.
  • Serve como depósito de sangue – O baço armazena diferentes componentes do sangue como os glóbulos brancos e as plaquetas. Esse órgão pode armazenar até 250 ml de sangue. Em caso de emergência (como uma hemorragia por exemplo), o baço se contrai para bombear depressa sangue para os vasos, restabelecendo o equilíbrio.

Tonsilas

Também conhecidas como amígdalas, produzem leucócitos para ajudar o organismo a lutar contra infecções, combatendo as bactérias e os vírus que entram no organismo através da boca, porém são órgãos vulneráveis a infecções por esses invasores, nesses casos, ocorrem as tonsilites (ou amigdalites).

Apêndice

O apêndice é um pequeno órgão linfático, com grande concentração de glóbulos brancos.

Placas de Peyer

Conjuntos de folículos linfáticos da mucosa do intestino, particularmente no ílio.  Têm como função principal a produção de imunoglobulinas e de diversos anticorpos.

Pele

A pele é o maior órgão do sistema imunológico. Ela serve como a primeira barreira física contra a invasão de agentes causadores de doenças. Falaremos sobre a pele com mais detalhes mais adiante.

Órgãos que Compõem o Sistema Imunológico

Órgãos do sistema Imunológico

Agora que você já sabe como o sistema imunológico é formado, vamos entender como ele fornece a imunidade.

Imunidade inata e adaptativa

O sistema imunológico é composto de duas partes: o sistema imunológico inato (geral), que caracteriza a resposta imune inata e o sistema imunológico adaptativo (especializado), que caracteriza a resposta imune adquirida.

Embora esses dois sistemas trabalhem juntos, eles diferem de várias maneiras e assumem tarefas diferentes.

Imunidade Inata e Adaptativa

Imunidade Inata e Adaptativa

Sistema Imunológico Inato

É a primeira linha de defesa do organismo contra a invasão de micro-organismos. O maior objetivo do sistema imunológico inato é afastar infecções e manter os patógenos sob controle.

Tem esse nome porque a pessoa já nasce com ele.

O sistema imunológico inato é formado por:

  1. Barreiras anatômicas  (órgãos que funcionam como barreira).
  2. Resposta inflamatória (sistema de células e moléculas especializadas, presentes em todos os indivíduos, que compõem a resposta inflamatória).
1- Barreiras Anatômicas

O organismo estabeleceu barreiras para impedir que patógenos penetrem no corpo. Você deve se lembrar como os patógenos penetram no corpo… membranas mucosas, pele e via parenteral.

Essas barreiras são classificadas em mecânicas, microbiológicas e químicas.

Barreira mecânica – Fazem parte da barreira mecânica: a pele e o muco.

  • Pele – A pele é considerada uma barreira mecânica, pois sua superfície contém células mortas ricas em queratina o que impede a passagem de micro-organismos. A pele também é seca e dura, dificultando a entrada de patógenos no organismo.
  • Muco – Também são consideradas barreiras mecânicas, o muco presente na vagina, no trato respiratório e no trato digestivo. Por ser pegajoso, o muco reduz a mobilidade dos micro-organismos e torna difícil para os patógenos se fixarem em algum lugar, protegendo assim os locais contra infeções. Os cílios nos olhos e os pelos dentro do nariz constituem barreiras para evitar que micro-organismos penetrem por essas regiões. O corpo também usas mecanismos como olhos lacrimejantes, tosse, espirro, vômito e diarreia para expulsar patógenos.

Barreira microbiológica – São consideradas barreiras microbiológicas, a flora de bactérias que habitam naturalmente o corpo e que estão presentes na boca, na pele, na vagina e no intestino. Essas bactérias que habitam o corpo, competem com as bactérias intrusas por locais para se fixarem e comida. Isso diminui a multiplicação das bactérias nocivas e a probabilidade destas causarem doenças.

É importante notar que bactérias que vivem no corpo (chamadas de bactérias comensais) podem causar doenças se migrarem de um lugar para outro no organismo. Por exemplo, uma lesão nas superfícies da mucosa frequentemente resulta em infecção causada por membros da flora normal. Cárie, doença periodontal, abscessos, secreções com odor fétido e endocardite são exemplos de infecções com membros da flora humana normal.

Barreira química – São consideradas barreiras químicas, enzimas encontradas na lágrima, na saliva e na secreção nasal que destroem a parede celular das bactérias. Os ácidos graxos presentes no suor e o suco gástrico impedem a colonização e a proliferação de bactérias e outros micro-organismos.

Como você viu, o sistema imunológico inato tem barreiras para impedir que os micro-organismos penetrem no corpo pelas aberturas ou pela pele. No entanto, essas barreiras podem não ser infalíveis.

Uma vez que agentes infecciosos (bactérias, vírus e outros micro-organismos) penetram no organismo, outro mecanismo de defesa inato entra em ação, o qual chamamos de resposta inflamatória ou inflamação aguda.

2 – Resposta Inflamatória (Inflamação aguda)

A resposta inflamatória faz parte da resposta imune inata. Os leucócitos são os grandes responsáveis pelo processo da inflamação. O que caracteriza esse tipo de defesa, é o fato dela não ser específica para cada tipo de patógeno. Isso quer dizer que a inflamação ocorre de maneira padronizada, independentemente da causa.

De maneira bem simples, a inflamação acontece como resposta dos tecidos vascularizados quando acontece a invasão de agentes infecciosos e/ou irritantes químicos ou quando ocorre danos mecânicos.

Qualquer dano aos tecidos pode causar inflamação. Às vezes, isso ocorre porque seu corpo foi invadido por bactérias ou vírus, mas outras vezes, a inflamação é desencadeada por danos aos tecidos dentro do corpo. Quando você torceu o tornozelo, os tecidos conjuntivos e os músculos foram rasgados. Esse dano ao tecido causa a liberação de moléculas inflamatórias que iniciam o processo inflamatório.

As palavras infecção e inflamação frequentemente aparecem juntas, mas significam coisas muito diferentes.

Diferença entre infecção e inflamação

A infecção refere-se à invasão e multiplicação de um patógeno (bactérias, vírus e fungos) dentro do corpo, enquanto a inflamação é a resposta protetora do corpo contra a infecção.

A principal função da inflamação é resolver a infecção ou reparar os tecidos danificados e retornar ao estado de homeostase (estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo).

Uma resposta inflamatória que dura apenas alguns dias é chamada de inflamação aguda, enquanto uma resposta de maior duração é chamada de inflamação crônica.

A inflamação pode ser causada por fatores infecciosos e não infecciosos

Fatores infecciosos e não infecciosos

A inflamação é um processo complexo que envolve vários tipos de células imunológicas fagócitos (neutrófilos, macrófagos, células dendríticas e epiteliais), eosinófilos, basófilos e mastócitos que reagem rapidamente na área danificada para corrigir o problema. Essa reação acontece em algumas etapas, que veremos a seguir.

Etapas da Reação Inflamatória

Infecção

Os micro-organismos invadem o tecido saudável e infectam as suas células.

As primeiras células do sistema imunológico a responder às infecções são os histiócitos (histiócito é o nome dos monócitos que se transformam em macrófagos nos tecidos).

Essas células, presentes no tecido, começam o combate contra os invasores. Na sua primeira forma de combate, os macrófagos “comem” os micro-organismos (processo chamado fagocitose).

Além de fagocitarem os micro-organismos, os macrófagos liberam substâncias que vão atrair outras células do sistema imunológico para o local da infecção.

Além dos macrófagos, outras células localizadas na região da infecção também entram em ação: os mastócitos e os basófilos. Essas células liberam uma substância química chamada histamina.

A histamina desencadeia a vasodilatação (alargamento dos vasos sanguíneos) local para que mais sangue (contendo leucócitos/glóbulos brancos) chegue ao local da infecção.

Além da vasodilatação, a histamina também aumenta a permeabilidade vascular. As paredes dos vasos sanguíneos, que normalmente permitem que apenas água e sais passem facilmente, tornam-se mais permeáveis permitindo que os glóbulos brancos passem do sangue para o tecido.

O aumento do fluxo sanguíneo para o local da infecção, provoca os sinais característicos da inflamação; vermelhidão, inchaço, calor e dor.

  • Vermelhidão – A vermelhidão é causada pela dilatação de pequenos vasos sanguíneos na área da lesão
  • Inchaço – O Inchaço, chamado edema, é causado principalmente pelo acúmulo de líquido fora dos vasos sanguíneos.
  • Calor – O calor resulta do aumento do fluxo sanguíneo na área e é sentido apenas nas partes periféricas do corpo, como a pele.
  • Dor – A dor associada à inflamação resulta em parte da distorção dos tecidos causada pelo edema e também é induzida por certos mediadores químicos da inflamação, como a bradicinina, a serotonina  e as prostaglandinas

 

Reconhecimento do agente causador da infecção

Para que o sistema imunológico saiba que tipo de glóbulo branco ele deve enviar para o local da infecção, a ajuda das células dendríticas é fundamental.

As células dendríticas são produzidas na medula óssea e migram através do sangue para os tecidos, onde monitoram a presença de patógenos. Quando as células dendríticas encontram um micro-organismo, elas o fagocitam, quebram em pedaços, colocam os pedaços em sua superfície como um “sinal químico” (chamado de antígeno) e levam esse sinal químico para outros componentes do sistema imunológico, os glóbulos brancos.

Essas células são importantes, porque elas levam informações e amostras dos invasores aos glóbulos brancos do sangue, que passam a dar suporte às células imunes locais. Por isso, as células dendríticas são chamadas de células apresentadoras de antígenos.

Outra característica importante dessas células, é que elas são consideradas a ponte ente o sistema imunológico inato e o sistema imunológico adaptativo. Falaremos mais sobre as células dendríticas mais adiante. 

Combate aos invasores

Se as células dendríticas detectarem que o invasor é uma bactéria, elas enviam sinais aos neutrófilos, que são especializados em ataques bacterianos. Os neutrófilos combatem os invasores devorando-os através da fagocitose.

Se as células dendríticas identificarem que o invasor é um vírus, elas enviam sinais aos linfócitos T (linfócitos T CD-8), que são especializados em ataques virais. Os linfócitos T CD-8 combatem os vírus injetando neles substâncias químicas letais, processo chamado de citotoxicidade.

As células dendríticas podem processar e apresentar aos glóbulos brancos a maioria dos tipos de patógenos, como vírus, bactérias, fungos e parasitas.

 

Recuperação do local

Após a eliminação do organismo invasor, os glóbulos brancos começam a sair do local da infecção e voltam para a corrente sanguínea.

As células mortas são retiradas por fagocitose.

Os fibroblastos (células de recuperação de tecidos) começam a reparar o dano no local da inflamação. Após um período. o local volta ao normal como era antes da inflamação.

Esquema Simplificado do Processo Inflamatório

Processo inflamatório

É importante saber que o processo de cicatrização de células danificadas está relacionado com a capacidade de regeneração. Diferentes tipos de células variam em sua capacidade de regeneração.

Algumas células, como as células epiteliais (pele), se regeneram facilmente, enquanto outras, como as células do fígado, normalmente não regeneram, mas podem ser estimuladas a fazê-lo após a ocorrência do dano. Ainda há outros tipos de células que são incapazes de regeneração.

Para que a regeneração seja bem-sucedida, também é necessário que a estrutura do tecido seja simples o suficiente para reconstruir. Em alguns casos, a falha em replicar a estrutura original de um órgão pode levar à doença. Este é o caso da cirrose do fígado, no qual a regeneração do tecido danificado resulta na construção de estruturas anormais que podem levar à hemorragia e à morte.

Também é importante lembrar, que a infecção por um organismo não necessariamente significa doença, uma vez que o sistema imune na maioria dos casos será capaz de eliminar a infecção antes que a doença ocorra. Doença ocorre quando o nível de infecção é elevado, quando a virulência do organismo invasor é grande ou quando a imunidade está comprometida.

Agora você já sabe:

  • você já nasce com sistema imunológico inato,
  • a principal função desse sistema é impedir a invasão e a infecção causada por diferentes tipos de patógenos,
  • para isso, o sistema imunológico conta com barreiras (mecânicas, microbiológicas e químicas) e com uma variedade de células imunológicas responsáveis pelo processo inflamatório,
  • e que esse primeiro sistema de defesa do organismo trata todos os invasores basicamente do mesmo modo, independentemente do tipo de invasor, sem fazer nenhuma distinção entre eles.

Então, vejamos agora o que é e como funciona o segundo sistema de defesa imunológica: o sistema imune adaptativo.

Sistema Imunológico Adaptativo (Adquirido)

O sistema imunológico inato é um poderoso meio de defesa do organismo contra invasores.  Porém, ele não é infalível, e pode precisar de ajuda.

Quando os patógenos conseguem ultrapassam os mecanismos de defesa não-específicos proporcionados pelo sistema imunológico inato, o sistema imunológico adaptativo entra em ação, caracterizando a imunidade adaptativa.

Ao contrário da imunidade inata, que se encontra presente desde o nascimento, a imunidade adaptativa (também chamada de adquirida ou específica) é uma defesa adquirida ao longo da vida.

Isso quer dizer que, a pessoa desenvolve esse tipo de imunidade, durante a vida, conforme ela vai tendo contato com diferentes tipos de patógenos (lembra da definição de patógeno? Organismos que podem causar doença em um hospedeiro: bactérias, fungos, protozoários e vírus).

Sendo assim, de acordo com o tipo de patógeno, o sistema imunológico adaptativo reage de maneira específica: se o patógeno for um vírus, as células do sistema imunológico reagem de uma maneira; se o invasor for uma bactéria, as células do sistema imunológico reagem de outra maneira; o mesmo acontece com fungos e protozoários.

O sistema imune adaptativo ainda tem a capacidade de guardar na sua memória informações sobre as infecções e os patógenos os quais ele enfrenta. Isso permite ao sistema imune se lembrar de um patógeno que ele já combateu e reagir mais rápido em caso de uma segunda infecção provocada pelo mesmo invasor.

As principais funções do sistema imunológico adaptativo são:
  • Parar a infecção atual.
  • Gerar memória imunológica.
Como é formado o sistema imunológico adaptativo?

Historicamente, as respostas imunes adaptativas foram classificadas como celulares ou humorais.

As respostas imunes celulares são mediadas por linfócitos T, que reconhecem e atacam seus alvos direta ou indiretamente com a ajuda de outras células imunes, enquanto as respostas imunes humorais são caracterizadas pela produção de anticorpos pelos linfócitos B.

Além das células T e células B, o sistema imunológico adaptativo conta com o auxílio de órgãos e células do sistema imunológico inato.

Como o sistema imune adaptativo funciona?

Para funcionar perfeitamente, o sistema imune adaptativo necessita da ajuda de células super poderosas: as células dendríticas, os linfonodos, as célula T e as células B.

  • Células dendríticas e linfonodos

Nós falamos anteriormente que as células dendríticas atuam como mensageiras, levando informações sobre os tipos de patógenos aos glóbulos brancos. Falamos também que essas células são consideradas a ponte ente o sistema imunológico inato e o sistema imunológico adaptativo.

Você também deve lembrar, que os gânglios linfáticos (ou linfonodos) localizados próximo da região onde ocorre a infecção entram em intensa atividade celular aumentando o número de células imunológicas.

Pois bem, o que ocorre é o seguinte:

Depois que a célula dendrítica encontra com o patógeno, ela fagocita ele, quebrando-o em pedaços, e coloca esses pedaços na sua superfície como um sinal químico (chamado de antígeno). Em seguida, a célula dendrítica migra (com o antígeno) do tecido para o linfonodo mais próximo.

Linfócitos

No linfonodo, a célula dendrítica apresenta o antígeno para os linfócitos. Os linfócitos são as células que, em função do tipo de antígeno apresentado, determinam a especificidade da resposta imune.

Os dois principais tipos de linfócitos são os linfócitos B e os linfócitos T, também chamados células B ou células T. Os linfócitos B e T se originam de células-tronco, na medula óssea. Alguns linfócitos migram para o timo, onde amadurecem em células T; outros permanecem na medula óssea, onde – em humanos – eles se desenvolvem em células B.

Os linfócitos possuem em suas superfícies receptores que são capazes de se ligar aos antígenos.

Cada linfócito contém receptores que se ligam a um antígeno específico.

O corpo contém uma enorme variedade de linfócitos, cada um deles com um receptor capaz de reconhecer um antígeno específico. Por isso o sistema imunológico pode responder a qualquer antígeno.

  • Células T ou Linfócitos T  

No timo, as células T se multiplicam e se diferenciam em auxiliares, reguladoras ou citotóxicas ou, se tornam células T de memória.

Células T auxiliares (T helper – TCD4+) – Uma vez estimuladas pelo antígeno apropriado, as células T auxiliares se multiplicam e secretam mensageiros químicos chamados citocinas. As citocinas têm várias funções. Uma das principais funções das citocinas é permitir que as células T citotóxicas ou reguladoras, que reconhecem o mesmo antígeno, se tornem ativas e se multipliquem. Outra função importante das citocinas é que elas estimulam a ativação das células B, promovendo assim a produção de anticorpos.

Muitos imunologistas consideram as células T auxiliares como maestras do sistema imunológico. O HIV ataca essas células. O HIV as destrói, deixando o sistema imunológico sem comando central, levando ao fracasso do sistema imunológico em lutar contra os antígenos.

As células T citotóxicas (TCD8+) – São ativadas por várias citocinas, se ligam e matam as células infectadas e as células cancerosas. São importantes nas infecções virais pois matam as células infectadas por vírus.

Células T reguladoras – Regulam a resposta imune. Elas sinalizam para o aumento da atividade no início de uma infecção e, inversamente, sinalizam para uma diminuição da resposta imune à medida que é a infecção é controlada.

  • Células B ou Linfócitos B 

Uma vez que a célula B encontra seu antígeno e recebe um sinal adicional da célula T auxilar, ela é  ativada e começa a se multiplicar. O único propósito da maioria das células B é produzir anticorpos. Os anticorpos são produzidos especificamente para o tipo de patógenos que as células B estão atacando.

Quais são os tipos de anticorpos produzidos pelo sistema imune?

Existem cinco classes de anticorpos, também conhecidos como imunoglobulinas:

Imunoglobulina M (IgM) – Os anticorpos IgM são produzidos como a primeira resposta do corpo a uma nova infecção ou a um novo antígeno, fornecendo proteção de curto prazo. Eles aumentam por várias semanas e então diminuem quando a produção de IgG começa. Os anticorpos IgM circulam no sangue e são menos eficazes que os anticorpos IgG.

Imunoglobulina G (IgG) – Os anticorpos IgG específicos são produzidos durante uma infecção inicial ou exposição a outro antígeno, aumentando algumas semanas após o início, diminuindo e estabilizando. O corpo retém um catálogo de anticorpos IgG que podem ser rapidamente reproduzidos sempre que expostos ao mesmo antígeno. Os anticorpos IgG formam a base da proteção de longo prazo contra micro-organismos. Os anticorpos IgG são abundantemente encontrados no sangue e nos tecidos.

Se um organismo saudável é invadido pelo mesmo patógeno uma segunda vez, o sistema imune adaptativo é capaz de produzir rapidamente os anticorpos específicos para aquele patógeno, evitando assim a reinfecção.

As vacinas usam esse processo para prevenir infecções iniciais e adicionar anticorpos ao catálogo de anticorpos IgG. A vacina expõe uma pessoa a um microrganismo vivo enfraquecido ou a um antígeno que estimula o reconhecimento desse microrganismo. Falaremos sobre vacinas mais adiante.

Imunoglobulina A (IgA) – Os anticorpos IgA são encontrados no sangue, mas também são encontrados na saliva, lágrimas, secreções respiratórias e gástricas e leite materno. IgA fornece proteção contra infecções em áreas da mucosa do corpo, como o trato respiratório e o trato gastrointestinal. 

Imunoglobulina D (IgD) – O papel dos anticorpos IgD não é completamente compreendido e o IgD não é medido rotineiramente. Esses anticorpos parecem ter funções na proteção contra infecções respiratórias e impedir que o sistema imunológico ataque as próprias células e tecidos conhecidos como antígenos ‘’próprios’’.

Imunoglobulina E (IgE) – Os anticorpos IgE são encontrados logo abaixo da pele e ao longo dos vasos sanguíneos. Esses anticorpos estão associados a alergias, doenças alérgicas e são eficazes no combate a infecções causadas por parasitas.

Como os anticorpos atuam no corpo?

Os anticorpos podem atuar de duas maneiras:

  • Atacando diretamente os antígenos – O ataque direto não garante a proteção do corpo contra o agente invasor, necessitando a ativação do sistema complemento.
  • Sistema complemento – É um processo em que os anticorpos se ligam ao antígeno e garantem que este seja reconhecido por macrófagos e neutrófilos, os quais farão sua fagocitose (englobamento da partícula e sua posterior digestão).
  • Células T e Células B de memória

A maioria das células que são ativadas durante uma infecção, morrem durante ou logo depois. No entanto, um pequeno subconjunto de células T e B permanece indefinitivamente. Essas células são chamadas células de memória.

Quando uma pessoa tem o primeiro contato com um patógeno, seja através de uma infecção ou resultado de uma vacina, o sistema imunológico desencadeia a resposta imune. Essa primeira resposta é chamada resposta imune primária.

As células que permanecem após a resposta imune primária servem para que o sistema imunológico se lembre caso a pessoa entre em contato com o mesmo patógeno outras vezes. Isso permite que sistema imunológico responda, de maneira mais rápida e mais eficaz, a futuros ataques do mesmo patógeno.

Quando a resposta imunológica é impulsionada pelas células de memória, essa resposta é chamada resposta imune secundária. O tempo dessa resposta é mais curto pois o organismo não precisa passar por aquele processo de reconhecer o antígeno. As células de memória acionam simplesmente a rápida produção de anticorpos específicos para o atacar o invasor. Muitas vezes, nesses casos, a pessoa pode não apresentar sintomas (e nem perceber que foi exposta pela segunda vez) ou apresentar sintomas leves da infecção.

Linfócitos T e Linfócitos B

Antes de finalizar esse artigo sobre o sistema imunológico é importante esclarecer algumas dúvidas sobre a diferença entre a imunização conferida pelos anticorpos e a imunização conferida pelas vacinas.

Imunização conferida pelos anticorpos e pelas vacinas

imunização é definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa. É administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos.

Imunidade é a capacidade do corpo de se defender contra um agente (vírus ou bactérias) causador de doença.

A imunização confere ao organismo a imunidade necessária para defender-se melhor contra doenças causadas por certas bactérias ou vírus.

Existem dois tipos de imunização: passiva e ativa.

Imunização passivaImunização conferida pelos anticorpos

A imunização passiva é fornecida quando uma pessoa RECEBE anticorpos contra um organismo infeccioso específico, em vez de produzi-los por meio de seu próprio sistema imunológico.

A pessoa recebe os anticorpos prontos e específicos.

Esses anticorpos são obtidos de várias fontes:

  • Através do sangue (soro) de animais (geralmente cavalos) que foram expostos a um organismo ou toxina em particular e desenvolveram imunidade.
  • Através do sangue coletado de um grande grupo de pessoas, chamado imunoglobulina humana agrupada.
  • Em pessoas que se sabe terem anticorpos a uma doença em particular (ou seja, pessoas que foram imunizadas ou que estão se recuperando da doença), chamados hiperimunoglobulina, porque essas pessoas têm níveis mais altos de anticorpos no sangue.
  • Em células produtoras de anticorpos (geralmente obtidas de camundongos) desenvolvidas em laboratórios.

Alguns exemplos de pessoas que recebem anticorpos (de forma passiva) são:

  • Um bebê recém-nascido adquire imunidade passiva de sua mãe por meio da placenta.
  • Uma mulher grávida, que não tenha imunidade ao vírus da varicela e tenha sido exposta a ele, pode receber uma solução contendo gamaglobulina, que é uma solução ativa contra o vírus da varicela.

A principal vantagem da imunização passiva é a proteção eficaz e imediata. No entanto, a imunização passiva proporciona uma proteção somente durante algumas semanas ou meses, até que o corpo elimine os anticorpos injetados.

Imunização ativa Imunização natural ou conferida pelas vacinas

A imunização ativa ocorre quando o organismo é exposto a um patógeno causador de doença e essa exposição ativa o sistema imunológico para produzir anticorpos contra essa doença.

*Não confunda! Na imunização passiva, a pessoa recebe os anticorpos prontos e específicos. Na imunização ativa, a pessoa é exposta à um patógeno e o sistema imunológico produz o anticorpo necessário.

A imunidade ativa pode resultar pela imunização natural ou pela imunização induzida por vacina.

  • Imunização natural

A exposição ao patógeno causador de doença pode ocorrer por meio da infecção da própria doença. Por exemplo, uma pessoa é exposta a algum vírus ou bactéria e fica doente. Quando o sistema imunológico reage produzindo anticorpos para combater a doença, essa imunidade é chamada de imunidade natural.

Imunização conferida pelas vacinas

Vacinas são preparações que induzem o organismo a produzir anticorpos específicos.

As vacinas são preparadas de diferentes maneiras:

  • A partir de organismos inteiros vivos enfraquecidos (ou atenuados)
  • A partir de organismos inativados
  • A partir de fragmentos não infecciosos de vírus
  • A partir de fragmentos não infecciosos de bactérias 

Vacinas preparadas a partir de organismos inteiros vivos enfraquecidos (ou atenuados) – A vacina enfraquecida é aquela em que o vírus encontra-se ativo, porém, sem capacidade de produzir a doença.

Enquanto os vírus naturais se reproduzem rapidamente durante uma infecção, o vírus atenuado é capaz de se replicar, porém de maneira lenta.  A prolongada exposição ao vírus durante a lenta replicação viral induz uma resposta imune. Esta resposta leva à produção de células de memória (células B e T), que protegem contra infecções no futuro.

As vacinas que contêm organismos vivos, porém enfraquecidos, incluem

  • Tuberculose (BCG – Produzida a partir de bactéria viva atenuada).
  • Catapora (varicela).
  • Cólera (determinadas vacinas são administradas por via oral).
  • Vacina nasal contra gripe.
  • Sarampo-Rubéola-Caxumba (SRC Tríplice viral – Produzida a partir de vírus vivos atenuados).
  • Poliomielite ou Paralisia infantil (VOP somente a vacina oral – Produzida a partir de polivírus vivo atenuado).
  • Rotavírus.
  • Tifoide (somente a vacina oral).
  • Herpes zoster (apenas uma das duas vacinas disponíveis).
  • Febre amarela (Produzida a partir de vírus vivo atenuado).

A vantagem das vacinas vivas “enfraquecidas” é que uma ou duas doses fornecem imunidade que geralmente dura a vida toda. A limitação dessas vacinas é que elas geralmente não podem ser administradas em pessoas com sistema imunológico enfraquecido (como pessoas com câncer ou AIDS).

Vacinas preparadas a partir de organismos inativados – A vacina inativada contém o vírus que é completamente inativado (ou morto) por uma substância química. Ao matar o vírus, ele não pode se reproduzir ou causar doenças. Porém, como o vírus ainda é “visto” pelo corpo, são geradas células do sistema imunológico que protegem contra doenças.

As vacinas inativadas incluem:

  • Poliomielite injetável (VIP)
  • Hepatite A
  • Gripe
  • Raiva

As vantagens das vacinas inativadas é que elas não causam nem mesmo uma forma leve da doença que previnem e podem ser administradas em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e em gestantes e o feto. No entanto, normalmente elas requerem várias doses para atingir a imunidade.

Vacinas preparadas a partir de fragmentos não infecciosos de vírus – Apenas uma parte do vírus é usada para a fabricação da vacina. Essa ‘’parte’’ é uma proteína que reside na superfície do vírus.

As vacinas feitas a partir de fragmentos não infecciosos de vírus incluem:

  • Hepatite B – Crianças e adolescentes necessitam três doses
  • Herpes zoster
  • Papilomavírus humano

A vantagem dessas vacinas é que elas podem ser administradas em pessoas com imunidade enfraquecida e parecem induzir imunidade de longa duração após duas doses.

Vacinas preparadas a partir de fragmentos não infecciosos de bactérias 

Algumas bactérias causam doenças ao produzir uma proteína nociva chamada toxina. Várias vacinas são feitas tomando as toxinas e inativando-as com uma substância química (a toxina, uma vez inativada, é chamada de toxóide). Ao inativar a toxina, ela não causa mais doenças.

Vacinas feitas a partir de toxinas inativadas incluem:

  • Difteria-Tétano-Coqueluche (DTP produzida a partir de bactérias mortas e produtos de bactérias (toxinas)) – Necessita três doses. Adultos que foram vacinados na infância devem tomar uma dose de reforço a cada dez anos.

Outra forma de fabricar vacinas, usando fragmentos não infecciosos de bactérias, é usar substâncias da parede (ou revestimento) da bactéria.

Vacinas produzidas a partir de substâncias da parede da bactéria incluem:

  • Meningite tipo b (Causada pela bactéria Haemophilus Influenzae tipo b (Hib)) – Conhecida como vacina meningocócica
  • Pneumonia – Vacina pneumocócica

Como você deve ter percebido, para algumas doenças uma única dose de vacina é suficiente, mas para muitas doenças você deve ser vacinado mais de uma vez para ser protegido.

Vacinas contra infecções sexualmente transmissíveis

Papilomavírus humano HPV

Vacina contra HPVDependendo do tipo, o HPV infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer (principalmente nas mulheres). A vacina contra o HPV é distribuída gratuitamente pelo SUS.

Segundo o Ministério da saúde, a vacina contra o HPV é recomendável para:

  • Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
  • Pessoas que vivem HIV na faixa etária de 9 a 26 anos;
  • Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

É importante saber que, a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é focada para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18.

Hepatite B

Vacina contra Hepatite BA hepatite B é causada por um vírus pertencente à família Hepadnaviridae, o vírus da hepatite B (HBV). Uma das formas de transmissão desse vírus é através de relação sexual desprotegida. A hepatite B pode ser aguda (a infecção se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas) ou crônica (os permanecem após esse período). Em adultos, cerca de 20% a 30% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolverão cirrose e/ou câncer de fígado.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura.

Atualmente, a vacina para hepatite B está prevista no calendário de vacinação infantil. Além disso, o SUS disponibiliza a vacina nas unidades básicas de saúde para todas as pessoas, independentemente da idade.

Como você percebeu, com exceção do HPV e da hepatite B, infelizmente ainda não existe vacinas para prevenir as outras infecções sexualmente transmissíveis.

Portanto, o uso do preservativo em todas as relações sexuais continua sendo um dos meios mais eficazes de prevenção contra as ISTs.

Uma observação importante sobre ISTs e imunidade é o fato de que o tratamento e a cura de uma infecção sexualmente transmissível não conferem imunidade permanente. Isso quer dizer que, uma pessoa que contrai uma IST (clamídia, gonorreia ou sífilis por exemplo), segue o tratamento e obtêm a cura, se exposta novamente ao mesmo patógeno pode contrair novamente a mesma doença.

Se você chegou até aqui, PARABÉNS!

Com certeza, você aprendeu muita coisa sobre o seu sistema imunológico.

Esse artigo é um pouquinho longo, pois o objetivo dele é fornecer um conhecimento geral sobre o sistema imunológico.

É possível que você não tenha entendido alguns termos ou alguns parágrafos. Não se preocupe. Isso é muito normal.

O importante, é você adquirir o conhecimento básico sobre o que é e como funciona o sistema imunológico e, evidentemente, não é necessário conhecer todos os nomes de células e toxinas.

Não esqueça…

O seu sistema imunológico está sempre pronto para defender o seu organismo contra invasores. Porém, é preciso que você faça a sua parte!

Você pode ler esse artigo, onde eu explico tudo o que você pode fazer para fortalecer o seu sistema imunológico.

Além dessas dicas que dou nesse artigo, você deve tomar as vacinas e USAR CAMISINHA EM TODAS AS RELAÇÕES SEXUAIS.

Eu espero que esse artigo tenha sido útil para você. Se você acha que ele pode ser útil para alguém que você conheça, não hesite em compartilhá-lo. É sempre bom quando a gente pode ajudar alguém!

Eu espero ver você nos próximos artigos e lá no canal! Por isso, cuide-se bem e até a próxima!    

Sandra O Artigos

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