Infecções sexualmente transmissíveis (IST) estão se tornando, cada vez mais, uma preocupação muito presente na vida das pessoas. A cada dia, milhares de pessoas no Brasil e no mundo são contaminadas com vírus e bactérias causadoras de ISTs.
Essas infecções estão presentes em jovens adolescentes, adultos com vida sexual ativa e mesmo em pessoas na terceira idade.
Portanto, esse é um assunto de interesse global. Entender o que são essas infecções, como elas são transmitidas, como são tratadas e como evitá-las é fundamental para ter uma vida sexual saudável.
Nesse artigo, eu apresento um GUIA COMPLETO contendo tudo o que você precisa saber sobre as infecções sexualmente transmissíveis.
Espero que leia sempre que tiver alguma dúvida.
Então, boa leitura!
Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs
São infecções causadas por vírus, bactérias, fungos e protozoários e transmitidas principalmente através de relações sexuais (relação sexual oral, vaginal ou anal) desprotegidas.
Você sabia? A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Confira abaixo, as principais ISTs e seus respectivos agentes infecciosos.
Infecções sexualmente transmissíveis – Agentes infecciosos
Infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias
- Clamídia – Chlamydia trachomatis.
- Gonorreia (também conhecida como blenorragia, uretrite gonocócica, esquentamento) – Neisseria gonorrhoeae.
- Sífilis – Treponema pallidum.
- Linfogranuloma Venéreo (também conhecido como “mula”) – Causada por três cepas diferentes da bactéria Chlamydia rachomatis.
- Donovanose – Klebsiella granulomatis anteriormente denominado Calymmatobacterium granulomatis.
- Cancro Mole (Candroide) – Haemophylus ducreyi.
- Vaginose Bacteriana (VB) – A VB é caracterizada por um desequilíbrio da flora vaginal normal, devido ao aumento exagerado de bactérias em especial a Gardnerella vaginalis e a Gardnerella mobiluncos.
- Micoplasma (uretrite não gonocócica, cervicite, doença inflamatória pélvica) – Mycoplasma genitalium.
- Ureaplasma (uretrite não gonocócica, uretrite não por clamídia) – Ureaplasma urealyticum.
Infecções sexualmente transmissíveis causadas por vírus
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) – HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
- HPV (Condiloma Acuminado) (Também conhecido como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”) – Papilomavírus Humano
- Hepatite B – Vírus da hepatite B (HBV)
- Hepatite C – Vírus da hepatite C (HCV)
- Herpes Genital – Vírus Herpes simplex – tipo 1 (HSV-1)/ Vírus Herpes simplex – tipo 2 (HSV-2)
- Molusco (também conhecido como “molusco contagioso”) – Vírus do molusco contagioso (VMC)
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano – Vírus linfotrópico T humano tipo 1 (HTLV-1)
Infecções sexualmente transmissíveis causadas por fungos e protozoários
- Candidíase – Candida albicans (fungo).
- Tricomoníase – Trichomonas vaginalis (protozoário).
Como as infecções sexualmente transmissíveis são transmitidas?
Como se pega uma IST?
Embora pareça bastante óbvio que as infecções sexualmente transmissíveis sejam transmitidas através de relações sexuais desprotegidas, é necessário ter consciência de que muitas delas também podem ser transmitida por outros meios que não os sexuais.
Confira abaixo, algumas ISTs e seus meios de transmissão.
Infecções sexualmente transmissíveis – Transmissão
- Clamídia -Transmissão sexual e transmissão vertical.
- Gonorreia – Transmissão sexual e transmissão vertical, beijo, compartilhamento de brinquedos sexuais.
- Sífilis – Transmissão sexual, transmissão vertical, transfusão de sangue, e pelo beijo quando há feridas na mucosa, contato direto com lesões abertas.
- Linfogranuloma Venéreo – Transmissão sexual.
- Donovanose – Transmissão sexual.
- Cancro Mole (Cancróide) – Transmissão sexual.
- Vaginose Bacteriana – Não é necessariamente considerada uma IST. No entanto, é mais comum em mulheres sexualmente ativas e pode aumentar o risco de outras ISTs serem contraídas.
- Micoplasma – Transmissão sexual.
- Ureaplasma – Transmissão sexual e transmissão vertical.
- HIV/ (AIDS) – Transmissão sexual, transmissão vertical, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringa, compartilhamento de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
- HPV (Condiloma Acuminado) – Transmissão sexual, transmissão durante o parto e por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
- Hepatite B – Transmissão sexual, transmissão vertical, compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos),compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam), material usado na confecção de tatuagem, colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos não esterilizados, transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993), contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade).
- Hepatite C – Transmissão sexual, transmissão vertical, compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos), equipamentos médicos ou odontológicos, equipamentos de manicure, material para realização de tatuagem, procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) e uso de sangue e seus derivados contaminados.
- Herpes Genital – Transmissão sexual.
- Molusco – Transmissão sexual, contato direto (tocar a pele de uma pessoa infectada), contato com objetos contaminados (toalhas, flanelas, brinquedos e roupas).
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) – Transmissão sexual, transmissão vertical, compartilhamento de agulhas e seringas, transfusão de sangue.
- Candidíase – Apesar de não ser considerada uma doença sexualmente transmissível, pode ser transmitida através de relações sexuais.
- Tricomoníase – Transmissão sexual.
*Transmissão sexual – Sexo oral, vaginal e anal (em alguns casos, contato manual-genital).
*Transmissão vertical – A transmissão vertical é a passagem de uma infecção ou doença da mãe para o bebê; pode ocorrer durante a gestação, durante parto e através da amamentação.
Você sabia? Entre as diversas formas de relação sexual (anal, vaginal e oral), a relação anal é a que apresenta maior risco de transmissão e contaminação.
Quais são os sintomas mais comuns das infecções sexualmente transmissíveis?
Algumas ISTs não apresentam sintomas. Porém, é importante saber que mesmo que uma pessoa contaminada não apresente sintomas, ela pode transmitir a doença durante a relação sexual. Por isso, é muito importante para uma pessoa que tem vida sexual ativa, fazer exames de despistagem pelo menos uma vez por ano.
Quando presentes, de modo geral, os sintomas causados pelas ISTs incluem:
- Febre, dores de cabeça, suores, calafrios, inchaço nos gânglios ou constante sensação de fadiga (sintomas associados á gripe);
- Sintomas na garganta e na boca, que se manifestam através de inchaço nos gânglios e garganta constantemente dolorida;
- Dores pelo corpo;
- Sintomas gástricos, provocando dor abdominal;
- Erupções cutâneas pelo corpo;
- Sintomas ginecológicos, que podem surgir como dor ou irritação durante as relações sexuais, além de a mulher ter a zona genital dolorida e com comichões. Os sintomas de IST na mulher também podem provocar lesões na pele em torno da vagina e do ânus, constante vontade de urinar ou sensação de ardor ao urinar, além de corrimento vaginal com cheiro desagradável ou cor amarela ou esbranquiçada;
- Sintomas masculinos, que podem manifestar-se com corrimento no pênis pouco comum, aumento da vontade de urinar e dor quando urina, ou mesmo sangue na urina. Outros sintomas podem aparecer, como dor nos testículos, dor durante as relações sexuais, verrugas, bolhas, feridas ou úlceras localizadas ao redor da região genital e do ânus.
A pessoa que tem vida sexual ativa deve ficar atenta ao aparecimento desses ou de qualquer outro sintoma (como por exemplo bolinhas, manchas, inchaço e vermelhidão) e, na presença de qualquer sintoma, deve procurar um médico o quanto antes.
Confira abaixo, os sintomas das principais ISTs.
Infecções sexualmente transmissíveis – Sintomas
- Clamídia – A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas. Homens e mulheres: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções e presença de secreção. As mulheres podem apresentar perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre.
- Gonorreia – Homens: sensação de queimação ao urinar, corrimento branco, amarelo ou verde do pênis e testículos doloridos ou inchados. Mulheres: sensação de dor ou queimação ao urinar, aumento do corrimento vaginal e sangramento vaginal entre os períodos. Infecções retais (homens e mulheres): descarga, comichão anal, dor, sangramento e evacuações intestinais dolorosas.
- Sífilis – Sífilis primária: ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele). Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha./Sífilis secundária: manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo./Sífilis latente: fase assintomática/ausência de sinais clínicos./Sífilis terciária: lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas.
- Linfogranuloma Venéreo (LGV) – Feridas no pênis, vagina, colo do útero, ânus e boca, as quais, muitas vezes, não são percebidas e desaparecem sem tratamento. Entre uma e seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que, se não for tratado, rompe-se, com a saída de pus. Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas articulações, febre e mal-estar.
- Donovanose – Após o contágio, aparece uma lesão que se transforma em ferida ou caroço vermelho. Não dói e não tem íngua. A ferida vermelha sangra com facilidade, pode afetar áreas maiores e comprometer a pele ao redor, facilitando a infecção por outras bactérias. As lesões podem ser múltiplas, sendo frequente a sua configuração em “espelho”, em bordas cutâneas e/ou mucosas.
- Cancro Mole (Candroide) – Feridas múltiplas (devido à auto-contaminação) e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, presentes no pênis (frênulo e sulco bálano-prepucial), vulva (fúrcula* e face interna dos pequenos e grandes lábios) e ânus. A ferida apresenta borda irregular, contornos vermelhos e inchados, fundo irregular recoberto por líquido, amarelado, com odor fétido que, quando removido, revela tecido de granulação com sangramento fácil. /* A fúrcula vaginal resulta da fusão dos grandes lábios na região mediana posterior. É o local onde, habitualmente, se encontra corrimento quando se realiza o exame ginecológico.
- Vaginose Bacteriana – Coceira intensa, corrimento branco pastoso ou amarelado e cinzento, cheiro fétido (forte odor de peixe) e queimação ou desconforto ao urinar.
- Micoplasma – Uretrites em homens e infecções ginecológicas em mulheres. Homens e mulheres podem apresentar sintomas como dor ou ardência ao urinar, dor durante a relação sexual, dor na região pélvica, secreção mucopurulenta no trato urinário e febre. Mulheres também podem apresentar sangramento após o sexo.
- Ureaplasma – Corrimento (secreção) uretral escassa, translúcida e geralmente matinal e um ardor uretral ou vaginal, que pode ser a única manifestação.
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) – Febre constante (entre 38 e 40 graus), dor de cabeça e nas articulações, inchaço dos gânglios, principalmente na região do pescoço, axilas e atrás das orelhas, tosse e dor de garganta, náusea, diarreia, diminuição do apetite, perda de peso, cansaço e vermelhidão na pele.
- HPV (Condiloma Acuminado) – Lesões clínicas: verrugas que podem acometer a vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas e mucosas nasal, oral e laríngea. Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanho variável, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral, são assintomáticas, mas pode haver coceira no local. Normalmente são não cancerígenos. Lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu): verrugas que podem ser encontradas nos mesmos locais das lesões clínicas e não apresentam sinais/sintomas. As lesões subclínicas podem apresentar alto risco de desenvolvimento de câncer.
- Hepatite B – Os sinais e sintomas, quando presentes, são comuns às demais doenças crônicas do fígado e costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença, na forma de cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre e dor abdominal. A ocorrência de pele e olhos amarelados é observada em menos de um terço dos pacientes com hepatite B.
- Hepatite C – A manifestação de sintomas da hepatite C em sua fase aguda é extremamente rara. Entretanto, quando presente, ela segue um quadro semelhante ao das outras hepatites.
- Herpes Genital – Pequenas bolhas agrupadas nos órgãos genitais. As bolhas se rompem formando úlceras muito dolorosas. Pode haver comichão no local, febre, mal-estar, dores pelo corpo, linfonodos na região da virilha e, se as úlceras estiverem próximas à saída uretra, pode haver intensa dor ao urinar.
- Molusco – Pequenas pápulas da cor da pele, com umbilicação central (depressão patológica em formato similar ao do umbigo) muitas vezes confundida com verrugas vulgares.
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) – A infecção pelo HTLV pode causar uma série de doenças, a principal delas é conhecida como leucemia das células T do adulto, que é normalmente fatal. Também pode causar uma síndrome de desmielinização conhecida como paraparesia espástica tropical (PET) e outras doenças como uveíte, hipereosinofilia, linfoma cutâneo, síndrome de Sézary, dermatite esfoliativa, síndrome da fadiga crônica e distúrbios neurodegenerativos súbitos.
- Candidíase – Nas mulheres: coceira na vagina e no canal vaginal, corrimento branco, em grumos, parecido com leite coalhado, ardor local e para urinar, dor durante as relações sexuais. Nos homens: pequenas manchas vermelhas no pênis, edema leve, lesões em forma de pontos, prurido (coceira). Em casos mais graves distúrbios gastrointestinais, respiratórios e outros problemas dermatológicos podem aparecer.
- Tricomoníase – Corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado com mau cheiro, geralmente lembrando peixe, prurido e/ou irritação vulvar, dor pélvica (ocasionalmente), sintomas urinários (dor ao urinar, aumento do número de micções) e placas avermelhadas.
Qual o período de incubação das infecções sexualmente transmissíveis?
Período de incubação é o intervalo de tempo entre o momento da contaminação e o aparecimento dos primeiros sintomas.
O período de incubação varia de acordo com a IST. Vale lembrar que, o período de incubação de uma infecção nem sempre é bem definido; não é raro encontrar artigos que indicam um período de incubação diferente relacionado à mesma infecção.
Confira abaixo o período de incubação das ISTs.
Infecções sexualmente transmissíveis – Período de incubação
- Clamídia – 10 a 14 dias podendo ir até 21 dias.
- Gonorreia – 2 a 5 dias, podendo variar de 1 a 10 dias.
- Sífilis – Primária: 10 a 90 dias (média de 21 dias) / Secundária: 1 a 6 meses / Terciária: 2 a 40 anos após o início da infecção.
- Linfogranuloma Venéreo – 3 a 30 dias.
- Donovanose – Varia segundo vários autores: 2 semanas a 1 mês, 42 a 50 dias, 3 dias a 6 meses.
- Cancro Mole (Cancróide) – 4 a 10 dias.
- Vaginose Bacteriana – Não é transmissível sexualmente.
- Micoplasma – Desconhecido.
- Ureaplasma – 10 a 20 dias.
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) – 3 a 6 semanas, podendo chegar a 120 dias.
- HPV (Condiloma Acuminado) – 2 a 8 meses (média de 3 meses), mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.
- Hepatite B – 15 a 180 dias (média de 70 dias).
- Hepatite C – 15 a 150 dias.
- Herpes Genital – 2 a 7 dias. Segundo alguns autores, o tempo de incubação é “desconhecido”.
- Molusco Contagioso – Varia segundo os autores. Em geral, 1 semana a 6 meses.
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) – 20 a 30 anos (em média).
- Candidíase – Não é transmitida sexualmente.
- Tricomoníase – O período de incubação é desconhecido, mas um estudo in vitro sugeriu que na maioria dos casos esse período varia de 4 a 28 dias.
*O período de incubação indicado é aproximativo.
Como é feito o diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis?
Existem diversos métodos para se detectar e diagnosticar uma infecção sexualmente transmissível. De modo geral, os métodos mais utilizados são:
- Anamnese (descrição dos sintomas).
- Exame clínico.
- Coleta de material: coleta de secreção endocervical, vaginal, vulvar, anal, escrotal, peniano, ânus e outros sítios necessários), raspagem da lesão (bolhas e feridas), coleta de tecido (pele), coleta de secreção através de aspiração.
- Exame de sangue.
- Exame de urina.
- Exames de rotina: Papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, peniscopia, anuscopia.
- Punção lombar (menos comum).
Confira abaixo, os métodos disponíveis para o diagnóstico das principais ISTs.
Infecções sexualmente transmissíveis – Diagnóstico
- Clamídia – Coleta de material: coleta de secreção / Exame de sangue / Exame de urina.
- Gonorreia – Coleta de material: coleta de secreção / Exame de urina.
- Sífilis – Coleta de material: raspagem da lesão / Exame de sangue / Punção lombar.
- Linfogranuloma Venéreo – Exame clínico / Coleta de material: coleta de secreção, coleta de secreção através de aspiração / Exame de sangue.
- Donovanose – Coleta de material: raspagem da lesão.
- Cancro Mole (Cancróide) – Coleta de material: secreção presente na lesão, coleta de secreção através de aspiração (se bubões estiverem presentes).
- Vaginose Bacteriana – Anamnese (descrição dos sintomas) / Exame clínico / Coleta de material: coleta de secreção vaginal / Exames de rotina: Papanicolau.
- Micoplasma – Coleta de material: coleta de secreção vaginal ou endocervical, secreção prostática e sêmen / Exame de urina.
- Ureaplasma – Coleta de material: coleta de secreção vaginal ou endocervical / Exame de sangue
- HIV (AIDS) – Exame de sangue.
- HPV (Condiloma Acuminado) – Coleta de material: coleta de secreção endocervical, vaginal, vulvar, anal, escrotal, peniano e em sítios extragenitais, como mucosa nasal, orofaringe e língua / Exames de rotina: Papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, peniscopia, anuscopia.
- Hepatites B e C – Exame de sangue.
- Herpes Genital – Anamnese (descrição dos sintomas) / Exame clínico / Coleta de material: raspagem da lesão (bolhas e feridas) / Exame de sangue.
- Molusco Contagioso – Exame clínico / Coleta de material: raspagem da lesão.
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV) – Exame de sangue.
- Candidíase – Anamnese (descrição dos sintomas) / Exame clínico / Coleta de material: coleta de tecido / Exame de sangue / Exames de rotina: Papanicolau, colposcopia, vulvoscopia, peniscopia, anuscopia.
- Tricomoníase – Coleta de material: coleta de secreção, sêmen / Exame de urina.
Evidentemente, nem todos esses exames são utilizados simultaneamente no diagnóstico das ISTs. Isso porque, a necessidade de cada exame pode variar de acordo com o tipo de infecção, a condição do paciente e o conhecimento médico.
Onde fazer exame de despistagem de ISTs gratuito?
Testes de HIV, sífilis e hepatites B e C
Existem, no Brasil, dois tipos de testes: os exames laboratoriais e os testes rápidos.
Os testes rápidos são práticos e de fácil execução; podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue ou com fluido oral, e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.
Você pode fazer o teste rápido pelo SUS que disponibiliza gratuitamente o teste de HIV (o vírus causador da aids), sífilis e hepatites B e C. Procure uma unidade básica de saúde da rede pública ou os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA
O Centro de Testagem e aconselhamento é um serviço de saúde, espalhado por todo o território nacional e que oferece gratuitamente aos usuários os seguintes serviços:
- teste para o diagnóstico do HIV,
- testes de triagem das hepatites B e C e da Sífilis,
- aconselhamento para outras infecções sexualmente transmissíveis.
- distribuição gratuita de preservativos.
Eu preparei um vídeo que explica detalhadamente como funciona o CTA e como você pode encontrar o CTA mais próximo de sua casa.
Teste rápido e gratuito de HIV, sífilis e hepatites B e C
Você sabia? Também é possível saber onde fazer os testes pelo Disque Saúde (136).
Como prevenir as infecções sexualmente transmissíveis?
O Ministério da saúde indica como prevenção das ISTs a “prevenção combinada”.
Esse tipo de prevenção, associa diferentes métodos de prevenção ao HIV, às ISTs e às hepatites virais (ao mesmo tempo ou em sequência), conforme as características e o momento de vida de cada pessoa.
Prevenção combinada
Entre os métodos que podem ser combinados, estão:
- uso da camisinha masculina e feminina;
- testagem regular para o HIV (o vírus causador da AIDS) e para o diagnóstico da sífilis e das hepatites B e C, que pode ser realizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS);
- prevenção da transmissão vertical (quando o vírus é transmitido para o bebê durante a gravidez);
- diagnóstico e tratamento de pessoas com ISTs e hepatites virais;
- profilaxia pré-exposição PrEP – Método de prevenção à infecção pelo HIV;
- profilaxia pós-exposição PEP – Medida de “prevenção de urgência” à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis;
- imunização para hepatite B e HPV;
- programas de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias;
- tratamento de pessoas que já vivem com HIV.
Como é feito o tratamento das infecções sexualmente transmissíveis?
As infecções sexualmente transmissíveis são tratadas em função do tipo de agente causador: infecções bacterianas são tratadas com antibióticos, infecções virais são tratadas com antivirais ou antirretrovirais e infecções causadas por fungos são tratadas com antifúngicos.
A escolha e a dosagem do medicamento varia em função do tipo de infecção e do estágio em que a infecção se encontra.
Vale lembrar que, o tratamento deve ser feito com base no diagnóstico e indicado por um médico. Além do mais, a automedicação não é aconselhada, pois pode ser extremamente prejudicial à sua saúde.
Confira abaixo, os tratamentos mais indicados para as ISTs.
Infecções sexualmente transmissíveis – Tratamento
ISTs causadas por bactérias
- Clamídia -Azitromicina / Doxiciclina / Eritromicina.
- Gonorreia – Cefalosporinas (grupo de antibióticos) / Ofloxacina / Ciprofloxacina / Cefixima / Ceftriaxona / Tianfenicol.
- Sífilis – Eritromicina / Doxiciclina / Penicilina G Benzatina.
- Linfogranuloma Venéreo – Doxiciclina / Eritromicina / Sulfametoxazol e Trimetropim /Tianfenicol / Ceftriaxona.
- Donovanose – Doxiciclina / Sulfametoxazol e Trimetropim / Ciprofloxacina / Tianfenicol
- Eritromicina.
- Cancro Mole (Candroide) – Azitromicina / Ceftriaxona / Tianfenicol / Ciprofloxacina / Doxiciclina / Tetraciclina / Sulfametoxazol e Trimetropim / Eritromicina.
- Vaginose Bacteriana – Metronidazol / Tinidazol / Tianfenicol / Secnidazol / Clindamicina
- Micoplasma – Moxifloxacina.
- Ureaplasma – Tetraciclina / Eritromicina.
ISTs causadas por vírus
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) – Terapia antirretroviral.
- HPV (Condiloma Acuminado)– Imunoterapia: Interferon, Imiquimod e Timomodulina / Cáusticos tópicos: Ácido tricloroacético, Podofilina e Podofilotoxina / Cirurgia: exérese, cauterização elétrica, criocauterização e lazer.
- Hepatite B – Hepatite aguda: acompanhamento ambulatorial, com tratamento sintomático, repouso relativo, dieta conforme a aceitação, normalmente de fácil digestão, pois freqüentemente os pacientes estão com um pouco de anorexia e intolerância alimentar; abstinência de consumo alcoólico por pelo menos seis meses; e uso de medicações para vômitos e febre, se necessário. Hepatite crônica: a persistência do HBsAg no sangue por mais de seis meses, caracteriza a infecção crônica pelo vírus da hepatite B. O tratamento medicamentoso está indicado para algumas formas da doença crônica e, devido à sua complexidade, deverá ser realizado em ambulatório especializado.
- Hepatite C – O tratamento da hepatite C constitui-se em um procedimento de maior complexidade, devendo ser realizado em serviços especializados. Nem todos os pacientes necessitam de tratamento e a definição dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepática e exames de biologia molecular. Quando indicado, o tratamento poderá ser realizado por meio da associação de interferon com ribavirina ou do interferon peguilado associado à ribavirina. A chance de cura varia de 50 a 80% dos casos, a depender do genótipo do vírus.
- Herpes Genital – Aciclovir / Valaciclovir / Famciclovir.
- Molusco – Cáusticos tópicos: Ácido tricloroacético, Podofilina e Podofilotoxina / Cirurgia: curetagem, crioterapia e laser.
- Infecção pelo vírus T-Linfotrópico Humano – Tratamento varia em função da doença subsequente à infecção.
ISTs causadas por fungos e protozoários
- Candidíase – Miconazol / Tioconazol / Isoconazol / Terconazol / Clotrimazol / Nistatina / Itraconazol / Fluconazol / Cetoconazol.
- Tricomoníase – Metronidazol / Tinidazol / Secnidazol.
Nesse artigo você viu tudo sobre infecções sexualmente transmissíveis.
Eu espero que esse artigo seja útil pra você.
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Eu espero você no próximo artigo.
Até lá, cuide-se bem!